Espetáculo teatral com texto de Martha Medeiros, estrelado por Julia Lemmertz, chega a Porto Alegre após grande sucesso no Rio de Janeiro e em São Paulo

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Foto: Victor Hugo Ceccato/No Sofá

Dirigida por Ernesto Piccolo, a peça Simples Assim também tem Georgiana Góes e Pedroca Monteiro no elenco, e é baseada em duas coletâneas de crônicas da escritora gaúcha. A montagem terá curta temporada no Teatro do Bourbon Country, com sessões de 25 a 27 de outubro

Em uma produção original da Turbilhão de Ideias Entretenimento e com apresentação do Circuito Cultural Bradesco Seguros, a peça Simples Assim chega a Porto Alegre para curtíssima temporada. Baseado na obra da cronista Martha Medeiros, o texto tem adaptação assinada pela própria autora, ao lado de Rosane Lima. No elenco estão Julia Lemmertz, Georgiana Góes e Pedroca Monteiro, sob a direção de Ernesto Piccolo.

A montagem ficará em cartaz no Teatro do Bourbon Country de 25 a 27 de outubro, com sessões sexta e sábado às 21h e domingo às 20h. Os ingressos estão à venda no site www.uhuu.com e na bilheteria da casa de espetáculos com preços de R$ 50 a R$ 140 no valor inteiro e de R$ 25 a R$ 70 para quem tem direito à meia-entrada.

Sucesso de público e crítica no Rio de Janeiro e em São Paulo, a peça é marcada por histórias entrelaçadas e apresenta figuras simultaneamente distópicas e reais, como um casal que apenas interage pelo celular, uma mulher que contrata uma dublê de si mesma e uma jovem que decide viajar para Marte e abandonar o amante. Em todos os casos, há espaço para uma indagação: para onde foi a simplicidade do afeto tête-à-tête? O enredo traz reflexões sobre a roda da vida e os humanos em meio ao caos moderno, à solidão tecnológica, soterrados por informações e desencontros.

A comédia reflete sobre o cotidiano, com muito humor e afeto, como é usual na obra da escritora Martha Medeiros, uma das mais celebradas cronistas brasileiras, autora de mais de vinte livros e colunista dos jornais O Globo e Zero Hora. “Trazemos o espírito meio esquizofrênico desta época. A vida é difícil, mas a simplicidade salva. Corruptos existem, mas eles nada podem contra a morte. A tecnologia nos domina, mas o amor segue imperioso. Tudo se entrelaça. É um texto para rir e pensar sobre essa birutice toda”, comenta Martha.

“As cenas exploram detalhes dessas relações no cotidiano, procurando o que permanece de humano nos personagens em meio a tantas transformações. Montar a peça hoje é abrir um espaço de pensamento e, ao mesmo tempo, de prazer para os espectadores, desejando que eles possam rir e refletir sobre nossa linda e atribulada humanidade”, conclui.

O projeto tem a peculiaridade de reunir três talentos gaúchos: Martha Medeiros, Julia Lemmertz e Gustavo Nunes. O espetáculo foi idealizado por Gustavo, radicado no Rio de Janeiro e fundador da Turbilhão de Ideias Entretenimento, que convidou Martha para participar da criação da peça, e não apenas ceder os direitos, como de costume. Julia foi o primeiro nome do elenco a ser confirmado. “O Rio Grande do Sul está especialmente contemplado nesta montagem. Lemmertz interpreta uma gaúcha em uma das cenas. Não via a hora de estrear em Porto Alegre. É algo muito significativo para nós”, afirma Gustavo.

A peça se baseia em duas coletâneas, Quem diria que viver iria dar nisso e Simples Assim, que reúnem cerca de duzentas crônicas. Dessa pesquisa resultaram dez cenas, cada uma delas com duas ou três crônicas entrelaçadas. A livre adaptação do texto apresenta histórias entrecortadas que tratam das relações interpessoais no mundo contemporâneo, de um tempo acelerado e mediado por uma tecnologia invasiva e incontornável. Rosane Lima explica que a estrutura do texto segue um modelo inspirado em A Ronda, clássico do austríaco Arthur Schnitzler, com cenas aparentemente independentes, mas com um personagem sempre se repetindo no quadro seguinte.

“A estrutura do texto austríaco sempre me encantou pela simplicidade e eficiência. Eu também sabia que teríamos um elenco pequeno e um número razoável de personagens, situação que esse formato favorece. A Ronda foi escrita na virada do Século XX, um período de grandes transformações sociais, morais, etc., possibilitando uma analogia atraente com o momento atual. Na “ciranda” de Simples Assim não surgem apenas casais, como na peça de Schnitzler, mas também relações de irmãs, amigos, empregados, o que, além de ampliar o espectro de visão da peça, contempla a variedade e o alcance das crônicas da Martha.”

Ernesto Piccolo considera Simples Assim a peça mais atual da escritora. “É a mais antropológica. Ela tem um lado muito humano e também traz lampejos sociais e políticos muito atuais, retrata o nosso desconforto com as coisas que estão acontecendo no mundo.”

Para Julia Lemmertz, a autora tem a capacidade de falar sobre coisas profundas de uma forma muito direta, conseguindo radiografar, através de suas crônicas, o caos dos dias atuais. “Está todo mundo muito conectado em redes, links, mas pouco conectado com a pessoa que está do

seu lado, com o presencial, o aqui agora. A peça vai colocando situações para que você reflita como é estar nesse mundo com essa quantidade de informação, de solicitações e como você se forma humano nisso. Como você permanece humano dentro de tanta demanda”, aponta.

Julia destaca ainda a universalidade e importância dos temas abordados no espetáculo. “É um momento de tantas coisas para se refletir. Ele se passa no Brasil, mas o mundo inteiro está assim. Estamos em uma convulsão geral, as pessoas estão em situação limite.”

Pedroca Monteiro acrescenta que o espetáculo olha para o agora e aponta que, apesar de tudo, é necessário continuar. “Não adianta ir para Marte, como decide uma das personagens. É preciso estimular as pessoas à mudança. Ao invés de viajar para outro planeta ou mesmo outro país, é fundamental ficar aqui e tentar transformar o nosso lugar.”

“E a Martha consegue traduzir tudo de uma maneira popular, que se comunica com todos”, elogia Georgiana Góes. O espetáculo propõe focar no que realmente importa, tenta alcançar a simplicidade, que é algo tão complexo e difícil. “É preciso buscar gente que converse e se escute, que se aproxime pelo afeto, pelo carinho, pela empatia, pelo interesse pela vida do outro. É trocar, ouvir e ser ouvido.”

A transposição para o palco

Uma das mais importantes escritoras brasileiras da atualidade, Martha Medeiros teve outras obras adaptadas para o teatro, como Divã e Doidas e Santas. É a primeira vez que ela assina também a versão do texto para o palco.

“As peças foram adaptadas com liberdade total, com minha obra servindo como base, mas agora é diferente, não há uma releitura dos meus textos. Em Simples Assim, eles estão mais íntegros. Claro que há também a adaptação da craque Rosane Lima, mas o espírito da peça está mais sintonizado com o que escrevo nos jornais. Há um compromisso real com minhas ideias e meu espírito”, explica.

O projeto nasceu de uma ideia do produtor Gustavo Nunes, em 2016, após um encontro com Martha Medeiros, em Porto Alegre. A parceria entre os dois rendeu também o Canal da escritora no YouTube, M de Martha, que está no ar desde 2018 e já conta com duas temporadas.

Diretor de Doidas e Santas, Ernesto Piccolo já é familiarizado com o universo da escritora e foi uma escolha natural. Amigo de longa data de Julia Lemmertz, é a primeira vez que a dirige. “Sempre sonhei trabalhar com ela”, celebra.

O projeto é apresentado pela Bradesco Seguros e conta com patrocínio de Lojas Pompeia, empresa sediada no Rio Grande do Sul.

Sobre o Circuito Cultural Bradesco Seguros

Manter uma política de incentivo à cultura é compromisso permanente do Circuito Cultural Bradesco Seguros. Nos últimos anos, o Grupo Bradesco Seguros orgulha-se de ter patrocinado e apoiado projetos nas áreas de música, dança, artes plásticas, teatro, literatura e exposições, além de outras manifestações artísticas. Dentre as recentes atrações, destacam-se os musicais Bibi – Histórias e Canções, Chacrinha, O Musical, Elis – A Musical, A Família Addams, O Rei Leão, Bem Sertanejo, Les Misérables, 60 – Década de Arromba, Cinderella e Romeu e Julieta, além da Série Dell’Arte Concertos Internacionais, Temporada Dell’Arte de Dança – Compañia Antonio Gades e a exposição Mickey, 90 anos. Para conhecer o calendário 2019 dos espetáculos patrocinados e apoiados pelo Circuito Cultural Bradesco Seguros, acesse www.bradescoseguros.com.br, clique na opção “Outros Portais” e “Circuito Cultural”.

Ficha técnica:

Texto e adaptação: Martha Medeiros e Rosane Lima. Direção artística: Ernesto Piccolo. Elenco: Julia Lemmertz, Georgiana Góes e Pedroca Monteiro. Produção e idealização: Gustavo Nunes. Cenografia: Clivia Cohen. Projeções cênicas: Rico Vilarouca / Renato Vilarouca. Figurino: Helena Araújo e Alfaiataria Conrado. Luz: Felício Mafra. Trilha sonora: Rodrigo Penna. Visagismo: Uirandê Holanda. Produtora de elenco: Yolanda Rodrigues. Preparação corporal: Cristina Moura. Designer e fotos: Victor Hugo Ceccato. Marketing/ designer: Julliana Della Costa. Preparação vocal: Rose Gonçalves. Cenógrafo Assistente: José Cohen. Cenotécnica: Humberto Silva e Humberto Silva Jr. Assistente de direção: Neuza Caribé. Assistente e caracterização de visagismo: Andreia Jovito. Assistente designer: Bruno Karvan. Assistente financeiro: Jéssica Veiga. Diretor de palco: Gleison Brito. Operador de luz: Ari Nagô. Operador multimídia: Janser Barreto. Produção executiva: Glauce Carvalho. Coordenação de produção: Lúcia Souza. Financeiro e prestação de contas: Helber Santa Rita. Apoio: Lojas Pompéia. Apresentado por Bradesco Seguros. Produção original: Turbilhão de Ideias Entretenimento. Produção local: Little John Entretenimento. Assessoria de imprensa: Jéssica Barcellos Comunicação.

SERVIÇO – TEATRO

Simples Assim
Com Julia Lemmertz, Georgiana Góes e Pedroca Monteiro
Texto e adaptação de Martha Medeiros e Rosane Lima
Direção de Ernesto Piccolo
Dias 25, 26 e 27 de outubro
Sexta e sábado, às 21h; domingo, às 20h
Teatro do Bourbon Country (Av. Túlio de Rose, 80 – 2o piso do Shopping Bourbon Country – Porto Alegre/RS)

Classificação: 12 anos
Duração: 80 minutos
Gênero: Comédia

Sinopse sugerida

A vida é difícil? A simplicidade salva. Corruptos existem, mas nada podem contra a morte. A tecnologia nos domina, mas o amor segue imperioso. A montagem propõe humor e reflexão para melhor enfrentar a época em que vivemos.

Ingressos

Galerias: R$ 50,00 (inteiro) / R$ 25,00 (meia-entrada)
Mezanino: R$ 50,00 (inteiro) / R$ 25,00 (meia-entrada)
Plateia Alta 2: R$ 50,00 (inteiro) / R$ 25,00 (meia-entrada)
Plateia Alta 1: R$ 80,00 (inteiro) / R$ 40,00 (meia-entrada)
Camarotes: R$ 120,00 (inteiro) / R$ 60,00 (meia-entrada)
Plateia Baixa: R$ 120,00 (inteiro) / R$ 60,00 (meia-entrada)
Plateia Baixa Premium: R$ 140,00 (inteiro) / R$ 70,00 (meia-entrada)

Vendas

Online: www.uhuu.com
Bilheteria do Teatro do Bourbon Country: Av. Túlio de Rose, 80. Horário de funcionamento: de segunda a sábado, das 13h às 21h; domingos e feriados, das 14h às 20h.

Descontos

– 50% de desconto para os 100 primeiros sócios do Clube do Assinante RBS a adquirirem ingressos e 10% de desconto para os restantes. Válido somente na sessão de estreia e com compras feitas apenas na bilheteria do Teatro do Bourbon Country;
– 50% de desconto para titulares dos cartões Zaffari Card e Bourbon Card e um acompanhante, limitado a 100 ingressos. Desconto válido somente para a sessão de estreia;
– 40% de desconto para clientes Km de vantagens: a cada 200 km, o participante tem direito ao desconto em qualquer ingresso, limitado a quatro ingressos por CPF e a 50 ingressos por sessão do espetáculo. Válido para compras somente no site.

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